Obama propõe cortar emissões do setor elétrico em 30% até 2030

A administração Obama anunciou nesta segunda (2) uma das mais fortes medidas já tomadas pelo governo dos EUA para combater a mudança do clima: uma proposta regulatória que cortaria a emissão de carbono por usinas elétricas em 30% até 2030, em relação aos níveis de 2005.

A iniciativa, anunciada em um discurso de Gina McCarthy, chefe da EPA (Agência de Proteção Ambiental), atingiria uma das maiores fontes de poluição por carbono do país, as mais de 600 usinas termelétricas a carvão. Se a proposta resistir aos prováveis ataques que sofrerá na Justiça e no Legislativo, pode fechar centenas de usinas.

A proposta regulatória é provavelmente a última tentativa de Barack Obama de deixar como legado uma mudança substancial na política doméstica de emissões.

O presidente, que falhou em aprovar no Congresso uma legislação climática abrangente em seu primeiro mandato, está agindo agora por conta própria, lançando mão da autoridade executiva que lhe é outorgada pela Lei do Ar Limpo, de 1970.

ENGENHOSIDADE

Pela nova proposta, os Estados terão uma gama de opções de políticas energéticas para atingir cortes de poluentes. Em vez de fechar imediatamente as usinas a carvão, os Estados teriam permissão para reduzir as emissões fazendo alterações em seus sistemas elétricos –instalando novas fontes de geração elétrica eólicas ou solares ou tecnologias para eficiência energética. Estados também poderão aderir um mercado de carbono, no qual Estados podem “vender” cortes de emissões feitos além de um limite preestabelecido.

Em seu discurso, McCarthy afirmou que a transição para uma matriz energética mais limpa não vai prejudicar a economia dos EUA. “Ao longo de mais de quatro décadas, a EPA cortou a poluição atmosférica em 70%, e a economia mais que triplicou”, disse. “A ação climática não achata o veio competitivo da América –ela o deixa mais afiado. Ela promove engenhosidade e inovação.”

Segundo as estimativas da agência, a nova regulamentação seria implementada a um custo anual de US$ 7,3 bilhões a US$ 8,8 bilhões, mas levaria a benefícios econômicos de US$ 55 bilhões a US$ 93 bilhões. ao longo da vigência da nova regulamentação.

A EPA rebateu as críticas de que a nova regulamentação fará o custo da eletricidade subir. Segundo a agência, um gasto menor de energia implicará um decréscimo médio de 8% nas contas de luz, em virtude de novos padrões para eficiência energética.

McCarthy afirma que o plano gera demanda por novos projetos e novas tecnologias. “Tudo isso significa mais empregos, não menos”, diz.

Fonte: Folha de S. Paulo – 03/06/2014

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