A hidroeletricidade ainda é a melhor opção energética, do ponto de vista ambiental e econômico, para o Brasil defenderam os convidados do segundo painel desta terça-feira no Fórum de Sustentabilidade – terceiro seminário da série promovida pela Folha.
As alternativas energéticas limpas foram abordadas por Jerson Kelman, ex-presidente da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da ANA (Agência Nacional das Águas); Márcio Zimmerman, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia; e Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ.
A hidroeletricidade ainda é a melhor opção energética, do ponto de vista ambiental e econômico, para o Brasil defenderam os convidados do segundo painel desta terça-feira no Fórum de Sustentabilidade – terceiro seminário da série promovida pela Folha.
As alternativas energéticas limpas foram abordadas por Jerson Kelman, ex-presidente da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da ANA (Agência Nacional das Águas); Márcio Zimmerman, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia; e Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ.
Em média, 80% da matriz elétrica brasileira vem de fontes renováveis –número expressivamente maior do que a média restante do planeta, com cerca de 14% de fontes renováveis, segundo Márcio Zimmerman.
Nesse cenário, a energia produzida por usinas hidrelétricas é responsável por garantir o abastecimento –elas respondem por 80% do sistema, mesmo em anos secos, disse Zimmerman – e por permitir que outras fontes de geração sejam viáveis.
“O Brasil tem espaço para todas as fontes, porque precisamos de uma oferta de energia bastante grande. Temos espaço para fontes de energia solar, eólica e hidrelétrica, não há motivos para um conflito entre os sistemas”, disse o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia.
OUTRAS FONTES
Além das usinas hidrelétricas, existe no Brasil um cenário favorável à instalação de geradores de energia eólica e solar, afirmou Jerson Kelman.
Kelman aposta na viabilidade da instalação de placas fotovoltaicas em telhados para captação de energia solar e mencionou o leilão de contratação de energia solar pelo governo federal, no segundo semestre deste ano.
“É um bom início, como foi no passado o incentivo para a energia eólica. No começo, é uma energia é um pouco mais cara, mas esperamos que decole”, afirmou.
Para Kelman, tanto a energia solar como a eólica são grandes alternativas, “mas não poderíamos imaginar um Brasil só eólico”.
“Não seria possível porque é uma fonte intermitente [depende do regime dos ventos]. No Brasil, a energia eólica é competitiva porque temos hidrelétricas. Quando venta muito, fechamos as torneiras dos reservatórios. Quando venta muito, abrimos”, disse.
Kelman se definiu como “o grande defensor da hidroeletricidade” e defendeu o seu caráter renovável: “As hidrelétricas foram muito demonizadas, temos que mudar esse processo. Elas têm grande utilidade no sentido de permitir outros usos, como navegação e irrigação”.
Nivalde de Castro também defendeu essa matriz energética. “A prioridade das políticas energéticas brasileiras tem que ser as usinas hidrelétricas”, afirmou.
CARVÃO E TERMELÉTRICAS
A ativação das usinas termelétricas para fornecer energia ao sistema, durante períodos em que os níveis dos reservatórios das hidrelétricas estão baixos, foi questionada por Marcelo Leite, repórter especial da Folha e mestre de cerimônias do fórum.
Para Zimerman, mesmo nos períodos de estiagem como a que aconteceu no último verão, o uso de combustíveis fósseis (incluindo as termelétricas a carvão) representa menos de 20% da matriz energética. “No mundo, ela representa 70% [das fontes de energia]“, disse.
Segundo Jairo Kerman, as usinas térmicas a carvão ou a gás custam pouco para construir e muito para funcionar – a lógica é que sejam acionadas apenas em situações extremas. “Um fenômeno que me preocupa é que estão acionadas há muito tempo, desde 2012. Precisamos refletir tecnicamente sobre esse fenômeno que está levando a atuação das térmicas a ter uma duração longa demais. Temos que aprender com isso”, argumentou.
Fonte: Folha de S. Paulo – 03/06/2014
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