O aumento do uso do parque termelétrico de apoio podem trazer alguns desafios operacionais indesejados aos geradores, analisa a agência classificadora de risco Fitch Ratings. O esforço do Brasil para diversificar a produção de eletricidade por meio de fontes renováveis, incluindo eólicas e expansão de projetos hidrelétricos, deve resultar na dependência mais frequente dessas usinas de reserva.
A agência avalia que o despacho constante das térmicas de apoio pode fazer com que as empresas adiem as grandes manutenções e pode impactar também no aumento dos custos para o ciclo de vida. Essa alta, diz a Fitch, pode ser particularmente grave se ocorrer um acréscimo na demanda por energia por conta de uma estiagem prolongada ou pela interrupção no fornecimento.
“Operadores termelétricos que não cumprirem os despachos solicitados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) poderão estar expostos a riscos para suas métricas de geração de fluxo de caixa e de cobertura de dívida, caso tenham que comprar energia no mercado spot”, aponta a Fitch, que ressalta que os custos com compra de energia gerados por indisponibilidades.operacionais não são recuperáveis.
A Fitch acredita que os contratos dos projetos de apoio devem incluir mecanismos para a cobertura dos custos variáveis em tempo hábil, tais como combustíveis (especialmente para projetos localizados em áreas remotas, nas quais o preço do insumo pode estar sujeito ao aumento no preço do transporte).
A dependência das usinas de apoio pode desempenhar um papel importante na confiabilidade do sistema elétrico mais para frente. A Fitch deverá produzir um relatório, no qual analisará de forma mais amplas esses riscos associados .
Fonte: Jornal da Energia
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