A Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidroelétricas (ABRAPCH) criticou os preços-teto estipulados pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e aprovados nesta terça-feira (07/05) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para o próximo leilão A-3, que acontece no dia 6 de junho.
As reclamações da associação com relação aos preços de referência são recorrentes. A ABRAPCH acredita que o valor não reflete a realidade do mercado. O presidente Ivo Pugnaloni não poupou críticas ao governo. “O sinal que eles dão para os empreendedores é ‘não invistam, eu não quero a energia de vocês. Eu gosto de pegar R$822/MWh para as termelétricas’. O planejamento energético atual é sadomasoquista. Ele deixa de comprar barato das PCHs para pagar caro para as termelétricas”, disse.
Para as PCHs e UHEs com potência igual ou inferior a 50MW, o teto foi estabelecido em R$148,00/MWh, mesmo valor para os produtos por quantidade (grandes hidrelétricas). Apesar de ter sido aprovado, o valor foi criticado por dois diretores da Aneel, André Pepitone e Reive Barros, que afirmaram que o preço definido para as pequenas centrais poderia ser melhor, a fim de aumentar a oferta e a competitividade da fonte no leilão. Os especialistas apontam que o ideal para as PCHs seria R$160,00/MWh.
Pugnaloni traçou um paralelo com a energia comercializada no A-0, leilão emergencial realizado para cobrir o rombo das distribuidoras, cujos preços médios ficaram em R$268,33/MWh. “É difícil explicar para um leigo porque o governo estabelece um teto tão baixo para uma energia que será vendida daqui a cinco anos e paga tão caro para as termelétricas”, disse.
A entidade estuda fazer uma representação nos órgãos competentes e até recorrer à Justiça conta o preço dos leilões. “Ano passado entramos com uma ação e nenhum dos nossos argumentos foram contestados. A juíza alegou na época que a associação não tinha um ano de formação e que por isso não tínhamos representatividade, mas agora já completamos nosso primeiro aniversário”, disse.
Fonte: Jornal da Energia – 07/05/2014
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