O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Romeu Rufino, justificou a decisão da agência reguladora de adiar para 31 de julho a liquidação de parte das despesas de maio das distribuidoras no mercado de curto prazo afirmando que das opções cogitadas era a menos pior. A empresa com maior valor a ser coberto é a Cemig (MG), com R$ 233,7 milhões, seguida da AES Eletropaulo (SP), com R$ 148,8 milhões. Outro valor expressivo é o Celg (GO), com R$ 108,6 milhões; enquanto Ampla (RJ) tem R$ 55,6 milhões; EDP Escelsa (ES) R$ 84,3 milhões; Copel (PR) R$ 62,8 milhões e Light (RJ) R$ 36,6 milhões. O valor total chega a R$ 1,322 bilhão.
Rufino reconheceu que o presidente executivo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia, Reginaldo Medeiros, tinha razão ao afirmar que já se sabia que os recursos da conta ACR não seriam suficientes para equacionar o desequilibrio de caixa das distribuidoras até o fim do ano. Mas esclareceu que a dúvida em relação às operações de maio era quanto à possibilidade de inadimplencia alta. “Inicialmente, pensou-se em postergar o valor total”, disse, completando que a conclusão foi de que o melhor seria garantir parte dos recusrsos para os agentes credores.
Rufino discordou, porém, do argumento da Abraceel e da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica de que a decisão não trata com isonomia os integrantes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Ele disse que essa isonomia de fato não existe porque as distribuidoras não podem fazer escolhas como outros agentes e estão limitadas às condições de contratação dos leilões de energia.
A expectativa da Aneel para os próximos meses é de que os valores pagos pelas empresas de distribuição sejam decrescentes, como consequência de eventual crescimento ou redução de mercado, do valor do Preço de Liquidação das Diferenças e da redução do nível de exposição no curto prazo pela entrada de novos contratos de energia.
Rufino afirmou na tarde desta quarta-feira, 9 de julho, que a solução discutida pelo governo para o problema de caixa das distribuidoras passa pelo aporte de recursos para a cobertura dos gastos com a compra de energia. Ele explicou que as concessionárias podem solicitar à Aneel a revisão extraordinária de tarifas, mas destacou que esta não é a solução para o caso, porque não cobriria de imediato a necessidade de recursos.
Para o diretor da Aneel, o que existe é um descasamento entre o valor pago na tarifa de distribuição e o fluxo de pagamentos de cada empresa. “Então, se coloca um eventual revisão extraordinaria na tarifa, ele vai receber nos próximos 12 meses por uma despesa em que já incorreu”, explicou.
Fonte: CanalEnergia
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