O fator de ajuste do Mecanismo de Realocação de Energia deverá entregar pela primeira vez em mais de um ano energia secundária ao sistema. A combinação entre o atual patamar dos reservatórios com o desligamento de mais térmicas anunciados pelo CMSE na semana passada e que somará cerca de 5 mil MW, mais a repactuação do risco hidrológico deverá elevar a geração hídrica a 102,9% da garantia física sazonalizada na modalidade flat, que expurga o risco hidrológico. Contudo, para o resto do ano as projeções da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica ainda apontam déficit que no ano deverá ficar em 92,2% em média.
A melhoria no cenário fez a CCEE reverter a projeção do mês passado de que não veria mais a possibilidade de geração de energia secundária. Somente para o mês de fevereiro, a estimativa preliminar da câmara é de que o GSF seja de 90,5% e em janeiro ficou em 78,4%, levemente acima do estimado em 77,2% no mês passado. Já considerando a sazonalização flat para fins de repactuação do risco hidrológico os indicadores desses dois meses ficaram em 99,3% para fevereiro e 90,3% em janeiro.
Um dos fatores para essa projeção é que a premissa utilizada pela CCEE incorpora a geração térmica de CVU até R$ 250/MWh em março, de até R$ 211/MWh em abril e por ordem de mérito de maio em diante.
A projeção de Energia Natural Afluente para o SIN apresenta aderência à média histórica registrada no SIN, sendo que o pico da afluência deverá ser registrado no mês de maio com 109% da MLT e o menor nível em setembro com 94% da média. Essa perspectiva aponta para um nível de energia armazenada em recuperação até o mês de março de 2017, horizonte das projeções da CCEE e que são apresentadas no evento mensal InfoPLD. Enquanto fevereiro fechou com 50% da capacidade de armazenamento, a perspectiva é de aumento desses níveis até junho a 71%, queda por conta do período seco e retomada a partir de novembro, chegando ao final desse período em um nível de 87%.
Já projeção de ESS para este ano está em metade do estimado no mês passado. Caiu de R$ 4,738 bilhões para R$ 2,120 bilhões, sendo que os valores mais expressivos serão gerados até o mês de abril. Para os quatro primeiros meses de 2017 o valor seria de pouco mais de R$ 80 milhões. Em 2015 o ESS ficou em R$ 5,652 bilhões.
Quanto ao PLD, o Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte apresentam uma tendência de manter o piso do preço até março de 2017. No Nordeste houve uma antecipação da redução do preço que deverá quase atingir o mesmo patamar dos demais submercados em maio com R$ 42/MWh enquanto nos demais estariam a R$ 30/MWh para então em junho alcançar o piso regulatório. Já em março e abril de 2017, está previsto um novo descolamento de preços entre a região e o resto do país.
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