O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu manter em funcionamento termelétricas com custo de operação até R$ 211 por megawatthora (MWh), limite que mantém a bandeira tarifária na cor verde, segundo fonte do setor. Com a decisão, tomada durante reunião realizada quartafeira em Brasília, a tarifa de energia não deverá sofrer redução adicional além daquela já prevista pela mudança da cor da bandeira. Com a melhora do cenário, havia a expectativa que o CMSE pudesse alterar o modelo de acionamento das térmicas já nessa reunião, retomando o modelo de despacho por ordem de mérito, em que as usinas são acionadas, da mais baratas para a mais caras, conforme a sinalização do custo marginal de operação (CMO). Nesta semana, o CMO no Sudeste, Sul e Norte está em R$ 32,83/MWh. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já indicaram ser favoráveis à retomada do modelo de despacho por ordem de mérito, considerado mais transparente pelo mercado. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), porém, indica que ainda é necessária geração térmica adicional para recompor os reservatórios hidrelétricos, a fim de chegar a um patamar de armazenamento seguro em novembro. Na prática, essa decisão demanda a operação de térmicas com custo superior ao CMO. Em nota divulgada na quartafeira, o Ministério de Minas e Energia informou que "o ONS deverá continuar efetuando o acompanhamento das condições hidroenergéticas do SIN [Sistema Interligado Nacional] visando, em função da sua evolução, propor ao CMSE a definição da geração térmica necessária para a garantia do atendimento energético". O ministério acrescentou que, "considerando tanto o despacho das térmicas por ordem de mérito quanto o despacho das térmicas até o CVU [custo variável unitário] de R$ 211/MWh em abril de 2016, obtêmse valores para o risco de qualquer déficit de energia igual a 0%, para as regiões Sudeste/CentroOeste e Nordeste". "Mesmo com o sistema em equilíbrio estrutural", acrescentou o ministério. "ações conjunturais específicas podem ser necessárias […] cabendo ao ONS a adoção de medidas adicionais àquelas normalmente praticadas […] buscando preservar os estoques nos principais reservatórios de cabeceira do SIN".
Fonte: Valor Econômico
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