De janeiro a abril deste ano, quase 26% da capacidade de geração elétrica nova, esperada até o final de 2016 já entraram em operação, composta integralmente por energias renováveis. A expansão da geração de energia elétrica no país nesse período já soma 1.873 MW , informou o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), após reunião realizada nesta quarta-feira (6/4) e presidida pelo ministro Eduardo Braga.
Desde a reunião anterior do colegiado foram adicionados 410 MW. Está prevista a entrada de 7.223 MW de capacidade de geração novos neste ano.
O CMSE avaliou nesta reunião que, mesmo considerando o desligamento das térmicas mais caras – o que vem sendo feito pelo colegiado desde agosto do ano passado -, o risco de faltar energia no país neste ano é zero, em todas as regiões do Sistema Interligado Nacional (SIN). Essa análise já considera o novo cenário de despacho térmico no país, deixando desligadas as usinas térmicas mais caras, com custo acima de R$ 211/MWh.
“Com base nas análises efetuadas, observa-se que as condições de suprimento de energia do Sistema Interligado Nacional melhoraram em relação ao mês anterior”, avalia o CMSE.
Veja a nota do colegiado:
Nota Informativa de 06 de abril de 2016
O sistema elétrico apresenta-se estruturalmente equilibrado, devido à capacidade de geração e transmissão instalada no país, que continua sendo ampliada com a entrada em operação de usinas, linhas e subestações, considerando-se tanto o critério probabilístico (riscos anuais de déficit), como as análises com as séries históricas de vazões, para o atendimento da carga prevista para 2016, de 64.573 MW médios de energia.
O Sistema Interligado Nacional – SIN dispõe das condições estruturais para o abastecimento do País, o que se comprovou com a garantia de suprimento eletronergético dos últimos anos, mesmo com a ocorrência de uma situação climática desfavorável nas principais bacias hidrográficas onde se situam os reservatórios das regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste. Considerando o risco de déficit de 5%, conforme critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética – CNPE, há sobra estrutural de cerca de 12.899 MW médios para atender a carga prevista. Em 2016 entraram em operação 1.873 MW do total de 7.223 MW de capacidade de geração previstos, dos quais 410 MW desde a última reunião deste Comitê, conforme listado a seguir:
Segundo informações do CEMADEN e INPE/CPTEC, no mês de março de 2016 as chuvas estiveram acima da média nas bacias do subsistema Sul e na bacia do rio Grande, e abaixo da média nas demais bacias do SIN. Consequentemente, as afluências verificadas foram 98%, 32%, 211% e 56% da média histórica das regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte, respectivamente.
Em consonância com o deliberado por este Comitê em sua 144ª reunião, iniciou-se o ano de 2015 com o despacho pleno do parque térmico, por segurança energética, o que envolveu térmicas com custo variável unitário (CVU) acima de R$1.100/MWh. Na 158ª reunião, em agosto de 2015, o CMSE deliberou por efetuar o desligamento das usinas térmicas com CVU acima de R$600/MWh, por segurança energética.
Destaca-se, no entanto, que a evolução das condições hidroenergéticas do Sistema Interligado Nacional no período úmido 2015/2016 tem sido significativa, tendo o nível de armazenamento do reservatório equivalente da região SE/CO atingido, em 31 de março de 2016, 58,3% de sua capacidade máxima. De acordo com os resultados do Programa Mensal de Operação – PMO do mês de abril de 2016, considerando os valores mais conservadores da previsão de vazões, os níveis de armazenamento dos reservatórios equivalentes das Regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte, atingiriam, no final de março, valores da ordem de 58,1%, 33,7%, 82,2% e 70,7% respectivamente.
Dentro desse contexto, considerando-se a permanência da evolução do atual cenário energético, na 165ª reunião (extraordinária), realizada em 25 de fevereiro de 2016, o CMSE deliberou pela paralisação do despacho, por garantia de suprimento energético, das unidades térmicas com CVU superior a R$250/MWh, a partir de 1º de março de 2016.
Na referida reunião extraordinária, o CMSE deliberou também pelo desligamento das usinas térmicas do SIN com CVU superior a R$211/MWh, despachadas fora da ordem de mérito por garantia de suprimento energético, a partir de 1º de abril de 2016.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS deverá continuar efetuando o acompanhamento das condições hidroenergéticas do SIN visando, em função da sua evolução, propor ao CMSE a definição da geração térmica necessária para a garantia do atendimento energético.
Considerando a configuração do sistema do PMO de abril de 2016, e simulando-se o desempenho do sistema utilizando as 83 séries de energias afluentes observadas no histórico e considerando tanto o despacho das térmicas por ordem de mérito quanto o despacho das térmicas até o CVU de R$ 211/MWh em abril de 2016, obtêm-se valores para o risco de qualquer déficit de energia iguais a 0,0%, para as regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste. Com base nas análises efetuadas, observa-se que as condições de suprimento de energia do Sistema Interligado Nacional melhoraram em relação ao mês anterior.
Não obstante, mesmo com o sistema em equilíbrio estrutural, ações conjunturais específicas podem ser necessárias, em função da distribuição espacial dos volumes armazenados, cabendo ao ONS a adoção de medidas adicionais àquelas normalmente praticadas, como aquelas adotadas em 2014 e 2015, buscando preservar os estoques nos principais reservatórios de cabeceira do SIN.
Além das análises apresentadas, outras avaliações de desempenho do sistema, utilizando-se o valor esperado das afluências e anos semelhantes de afluências obtidas do histórico, indicam suficiência de suprimento energético neste ano.
O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País.
Fonte: MME
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