O preço da energia elétrica deve ter uma queda média de 3,2% neste ano, segundo estimativa divulgada nesta quinta-feira (5) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), por meio da ata de sua última reunião. Até então, a previsão do BC era de uma queda um pouco maior: de 3,5% em 2016.
De acordo com o BC, a revisão de sua estimativa para a energia elétrica neste ano se deve às "alterações anunciadas relativamente a bandeiras tarifárias."
No início de abril, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mudou a cor do sistema de bandeira tarifária para verde, o que suspendeu a cobrança adicional aplicada nas contas de luz, que ficaram um pouco mais baratas desde então.
Em março, esteve em vigor a bandeira amarela, que estabelece uma cobrança extra de R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) de energia consumidos. Antes, vigorou a bandeira vermelha, com cobrança extra que chegou a R$ 5,50 para cada 100 kWh consumidos.
O Banco Central informou ainda que estimou um reajuste médio de 19% nas tarifas de água e esgoto e de 12,8% nos preços dos medicamentos no Brasil em 2016.
Taxa de juros
Na ata do Copom, o BC também informou que o cenário central não permite trabalhar com a hipótese de "flexibilização das condições monetárias", ou seja, com a possibilidade de redução da taxa básica de juros da economia.
No documento, a autoridade monetária explica que sua posição tem por objetivo o cumprimento dos objetivos do regime de metas, ou seja, circunscrever a inflação aos limites estabelecidos pelo CMN, em 2016 (com inflação abaixo de 6,5%), e fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017.
Em meio ao fraco nível de atividade e ao aumento do desemprego, os índices de inflação tem mostrado queda. Com isso, o debate, neste momento, não é mais sobre a possibilidade de aumento de juros, mas sim quando o BC começará a reduzir a taxa básica da economia.
O mercado acredita que o ciclo de redução da taxa básica de juros começará no final de agosto deste ano, mas há analistas que acreditam que os cortes podem ter início já em meados de julho. A previsão é que, em março de 2017, a taxa já esteja em 12% ao ano.
Há um mês, no Congresso Nacional, o presidente do BC, Alexandre Tombini, declarou que o processo de "distensão" (queda) da taxa de juros começará depois que as expectativas de inflação estejam menores. A última previsão do mercado é de um IPCA de 6,94% para este ano, ainda acima do teto de 6,5% do sistema de metas.
Fonte: G1.globo
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