Grandes investimentos terão que ser realizados em energia para cumprir objetivos do Acordo de Paris

O setor de energia precisará receber grandes investimentos para que se possa cumprir com êxito os objetivos do Acordo de Paris (COP 21). Mas para isso, é preciso tomar novas medidas e promover mudanças muito mais rápidas do que as feitas até agora. Segundo o relatório "Energy Perspectives", elaborado pela Statoil, até 2040 o mundo vai precisar de uma grande quantidade de energia renovável. Investimentos consideráveis em nova produção de petróleo e gás também serão necessários para substituir a queda da produção dos campos existentes.

 

"A fim de alcançar os objetivos do Acordo de Paris, precisamos de mudanças rápidas no setor de energia elétrica e no de transportes, além de uma forte melhoria da eficiência energética em todos os setores", disse o economista-chefe da Statoil, Eirik Waerness. Segundo o executivo, mesmo com um rápido aumento em novas formas de energia renovável, estima-se que a demanda de petróleo e gás em 2040 seja ligeiramente inferior ao nível de hoje. "Para compensar a queda na produção global dos campos existentes, investimentos consideráveis em novos volumes de produção de petróleo e gás serão necessários, o que corresponderá de 15 a 30 vezes a produção total atual na plataforma continental norueguesa", comentou Waerness.

 

O relatório tem como base três cenários: Reforma, Renovação e Rivalidade e a partir daí descreve como se desenvolvem a economia mundial, os mercados internacionais de energia e as emissões de gases do efeito estufa oriundas do setor de energia. O cenário de Reforma no relatório baseia-se nos objetivos climáticos nacionais do Acordo de Paris, com novas medidas restritivas nas políticas energéticas e climáticas ao longo do tempo. Nesse cenário, a meta de redução de 2° não será alcançada.

 

O cenário que descreve metas mais ambiciosas de energia e clima é o de Renovação, que assume que nove em cada 10 novos veículos particulares vendidos em 2040 serão carros híbridos ou elétricos. De acordo com o documento, esse cenário também pressupõe uma transformação no setor de energia elétrica, onde o sol e o vento serão responsáveis por cerca de 40% da geração mundial de eletricidade em 2040, em comparação com os atuais 5%. Nesse cenário, a demanda por petróleo e gás será um pouco menor do que o nível atual.

 

"Isso vai exigir um esforço radical e coordenado e uma transformação do setor de transportes e eletricidade, impulsionada pelos esforços de eficiência, desenvolvimento de tecnologia, mercados, comportamento do consumidor e, não menos importante, política. Pode haver motivos para questionar se os investimentos em pertróleo, gás e energia renovável nos próximos anos serão suficientes para atender a demanda", diz Waerness.

 

O executivo explica que as mudanças drásticas no sistema de energia que o relatório prevê serão introduzidas gradualmente, mas de forma muito mais rápida do que tem sido feita. O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima está atualmente avaliando as implicações dos compromissos assumidos no Acordo de Paris para prosseguir os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5° C. Seu relatório é esperado em 2018 e, com base nestas implicações adicionais também para o setor de energia, poderá ser analisado mais para a frente.

 

O terceiro cenário, Rivalidade, é mais impactado pelo conflito geopolítico e por maiores diferenças no desenvolvimento regional, tanto no que diz respeito ao desenvolvimento econômico quanto à transformação dos sistemas de energia.

 

Fonte: Canal Energia

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