EPE prevê leilões para contratar 15 mil MW médios até 2026

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) enxerga uma necessidade de contratação de energia nova de 10 mil megawatts (MW) médios a 15 mil MW médios até 2026. As projeções fazem parte do próximo Plano Decenal de Energia (PDE 2017-2026), em elaboração pela estatal de estudos energéticos e previsto para ser publicado ainda no primeiro semestre, após avaliação pelo Ministério de Minas e Energia.

"Olhando o balanço entre oferta e demanda de energia […] existe uma necessidade, sim, de nova oferta no horizonte decenal, entre 10 mil MW médios e 15 mil MW médios. Isso é bastante energia e é o número a ser sinalizado para os investidores", afirmou o presidente da EPE, Luiz Augusto Barroso, em evento sobre energia, no Rio.

De acordo com dados apresentados pela consultoria Thymos Energia, há necessidade de contratação de 1,4 mil MW médios em 2023. Segundo o presidente da consultoria, João Carlos Mello, porém, fatores como atrasos de obras e, principalmente, o crescimento do consumo de energia acima do esperado podem fazer com que essa necessidade indicada antes de 2023.

O objetivo da EPE é que a nova oferta de energia seja preenchida principalmente por hidrelétricas e novas fontes renováveis (basicamente eólica e solar). Mas Barroso admite que pode ser necessário contratar outras fontes, como térmicas, para compor essa oferta.

O PDE está considerando principalmente dois cenários de crescimento econômico do país, um de referência e outro de "sucesso", caso todas as reformas planejadas e em curso sejam implementadas. No cenário de referência, a EPE prevê um crescimento do PIB de 0,5% em 2017, 1,8% em 2018 e 3% entre 2021-2026. Já no cenário de sucesso, a estatal espera um aumento de 1,7% em 2017, 2,8% em 2018 e 3,5% entre 2021-2026.

Segundo Barroso, a nova versão do PDE terá aperfeiçoamentos em relação aos estudos anteriores. Entre eles, está a inclusão de incertezas de macrovariáveis, como decisões de políticas pública, restrições ambientais e desenvolvimento de novas tecnologias. A meta da estatal é fazer um plano mais indicativo para o mercado e com mensagens mais claras para a sociedade.

Com relação ao horizonte de curto prazo, Barroso destacou que a EPE pretende concluir até o fim de abril e início de maio a revisão da garantia física das hidrelétricas existentes, para ter um sinal mais claro da real disponibilidade de energia dessas usinas.

Com relação à realização de novos leilões, a ideia, segundo ele, é realizar, além do leilão de descontratação, leilões de energia existente antes de licitações de energia nova, para organizar a oferta e a demanda do país. Essa definição deverá estar contida no decreto que regulamentará a lei 13.360. "Neste decreto também vamos tentar incluir a organização de um cronograma, um calendário de leilões de energia existente e energia nova para que fique mais previsível e mais fácil para as pessoas terem um planejamento mínimo", disse Barroso.

O executivo explicou que investimentos em expansão da geração de energia no país depende de "crescimento econômico na veia", mas destacou que, com relação ao setor de transmissão, há necessidade de novos investimentos, com foco no aumento da confiabilidade do sistema e preparação da rede para conexão com fontes renováveis. "Mesmo que a economia não cresça, podemos ter investimentos em transmissão", afirmou.

 

Fonte: Valor Econômico

 

 

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