O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso, afirmou ontem que a demanda para os dois leilões de contratação de energia futura marcados para a próxima semana será "realista", sem indicar um volume esperado. O executivo lembrou, contudo, que o consumo de energia este ano está retomando ao patamar de 2014, após três anos de queda.
"Vai ser um leilão realista. O tamanho dos leilões agora vai ser o que der, em função da oferta e demanda", disse Barroso, após participar do lançamento do estudo "Zoneamento Nacional de Recursos de Óleo e Gás – 2017", no Rio. "Uma informação muito dramática é que perdermos três anos de consumo", completou.
Na próxima semana, serão realizados os leilões A-4 e A-6, que contratarão energia de novos empreendimentos para início de fornecimento em 2021 e 2023, respectivamente. O volume total a ser contratado, porém, depende da necessidade de demanda futura declarada pelas distribuidoras à EPE. Esse número deve ser mantido em sigilo até a realização dos leilões, para não afetar os preços ofertados.
Barroso contou ainda que deve ser realizado no início ou no fim do segundo semestre de 2018 um outro leilão A-6 (que contratará energia para entrega a partir de 2024), além de outro leilão A-4 (para entrega de energia a partir de 2022) em 4 de abril do próximo ano, já anunciado. O calendário de leilões de 2018 deve ser definido até abril.
Barroso também afirmou que que o regime de chuvas em dezembro está dentro na média histórica para o mês, superando expectativas do governo. Com isso, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) mantém a decisão de não ligar as termelétricas mais caras. "A hidrologia em dezembro está se mostrando bastante favorável. Acima do que se esperava. Basicamente a chuva está vindo na média".
"A melhor informação que temos disponível no sistema hoje, e com o que estamos observando, a decisão é de manter desligadas as térmicas fora do mérito [termelétricas de custo superior ao custo atual de operação do sistema] e seguir pautando as decisões de fora do mérito por estudos técnicos", completou ele.
Até a primeira semana de fevereiro, o CMSE não deve determinar o acionamento de térmicas mais caras, se o cenário hidrológico atual se mantiver. O comitê terá informações mais detalhadas sobre o período chuvoso atual em meados de janeiro.
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Fonte: Valor Econômico.
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