A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) deve concluir no segundo semestre o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050. Documento de horizonte de longo prazo mais aguardado pelo setor, o estudo incluirá as diretrizes estratégicas para a expansão de energia do país para as próximas décadas.
"Estamos trabalhando na conclusão do PNE 2050", afirmou o presidente da EPE, Luiz Augusto Barroso, durante palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro. Ele não indicou o quanto espera de expansão de oferta por fonte de energia, mas disse que "o Brasil não tem condições de prescindir de nenhuma fonte". Barroso afirmou que ", pelos estudos preliminares, [a fonte] nuclear terá um espaço, sim [no PNE 2050]".
Com relação à retomada da construção da usina nuclear de Angra 3, cujas obras estão paralisadas desde setembro de 2015, Barroso explicou que a continuidade do projeto "é uma decisão que vai ser tomada no âmbito do CNPE [Conselho Nacional de Política Energética]".
O executivo não informou qual o volume de energia será necessário para garantir o atendimento da demanda futura. Falando em grandes números, porém, ele disse que o Brasil necessita de cerca de 4 mil megawatts (MW) novos por ano, o que resultaria em uma necessidade de mais de 120 mil MW até 2050.
Barroso contou ainda que o próximo leilão de energia nova do tipo A-6, que contratará energia de novos empreendimentos com início de fornecimento para 2024, deve ser realizado entre maio e agosto deste ano.
Presente ao evento, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, destacou que o país está em posição confortável com relação ao abastecimento de energia elétrica nos próximos cinco anos. "Estamos razoavelmente tranquilos com a condição de abastecimento nos próximos quatro, cinco anos."
Segundo o diretor do ONS, os reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal do país, devem chegar em novembro, no fim do próximo período seco, com pelo menos 30% de armazenamento. Na mesma data do ano passado, a marca foi de 18%.
De acordo com o executivo, a melhora do cenário dos reservatórios hidrelétricos se deve ao volume de chuvas ocorrido neste verão e à expansão da capacidade instalada do sistema brasileiro. Barata defendeu ainda que o país retome a discussão sobre a construção de grandes hidrelétricas. "Falta uma discussão franca e transparente."
Destacando o desenvolvimento socioeconômico proporcionado pela construção da hidrelétrica de Itaipu, na fronteira com o Paraguai, o diretor do ONS defendeu a construção da usina de Tapajós, no Pará, "não só pela geração de energia, mas pelo projeto logístico". Barata acrescentou ainda que não se pode "demonizar" as hidrelétricas e as usinas nucleares.
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Fonte: Valor Econômico.
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