Nível de reservatórios sobe e vazão do rio São Francisco aumenta depois de 5 anos

Pela primeira vez em cinco anos, a Agência Nacional de Águas (ANA) vai aumentar a vazão no rio São Francisco. Com melhora na situação dos reservatórios de Sobradinho, Três Marias e Itaparica, por conta das chuvas no período de fevereiro a abril e da acumulação nos anos que água foi poupada, a vazão será aumentada de 550 metros cúbicos por segundo para 600 metros cúbicos por segundo, a partir do dia 1º de maio.

 

O ajuste é pequeno e a vazão está longe dos níveis anteriores ao período de seca (de 1.200 metros cúbicos por segundo), mas indica uma "reversão de tendência", segundo Joaquim Gondim, superintendente de operações da ANA.

 

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a elevação da vazão no rio vai permitir um aumento da geração hídrica na região da ordem de 380 megawatts (MW), reduzindo a geração de energia pelas termelétricas do Nordeste, que têm custo mais elevado.

 

O ajuste será possibilitado pela melhora na situação hídrica da região. Dados do ONS mostram aumento significativo no nível dos reservatórios na bacia do São Francisco, especialmente Sobradinho, que representa 58,26% do subsistema Nordeste. Hoje, Sobradinho tem 38,08% de seu volume útil, Três Marias tem 48,11% da capacidade total, e Itaparica, 21,22%. Com isso, o subsistema Nordeste chegou a 40,53% de capacidade.

 

No fim de abril do ano passado, os reservatórios do Nordeste tinham chegado a 21,49% da capacidade total, resultado de um verão de poucas chuvas. Três Marias tinha 31,92% de armazenamento, Itaparica, 18,65%, e Sobradinho, 15,61%.

 

Gondim diz que novos aumentos de vazão do São Francisco podem ocorrer até o fim do ano. Segundo ele, o mês de abril surpreendeu positivamente em termos de precipitação em quase todo o Nordeste. No caso da região dos reservatórios do São Francisco, é possível dizer que o período de chuvas "já está consolidado" e dá segurança para o aumento da vazão.

 

A vazão da hidrelétrica de Xingó será aumentada para 690 metros cúbicos por segundo no período de segunda a sexta-feira, entre 10h e 22h. Nos demais horários, a vazão continuará em 550 metros cúbicos por segundo. Com isso, a média semanal passará para 600 metros cúbicos por segundo.

 

O Nordeste enfrentou estiagem severa desde 2012 e, apesar das chuvas, não é possível dizer que a seca acabou. "Isso só será possível de avaliar depois de acabar o período chuvoso, em junho. Mas tudo indica que ele não será suficiente para recuperar completamente a baixa dos reservatórios dos últimos anos", diz. Ele ressalta que reservatórios importantes como o Castanhão, no Ceará, ainda está com apenas 8% da capacidade.

 

Dados do monitor de secas do Nordeste, elaborado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), aponta que a região fechou março com 21,92% do seu território livre de seca relativa. O dado é alarmante, mas é melhor quando comparado a março de 2017, quando apenas 5,54% do Nordeste estava sem seca.

 

 

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Fonte: Valor Econômico.

 

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