Em reunião realizada nesta quarta-feira (09/05), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) garantiu o suprimento eletroenergético do Sistema Interligado Nacional (SIN), com risco zero de déficit de energia em 2018 para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste.
Na reunião, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apresentou avaliação sobre aplicação da Bandeira Tarifárias, sistema utilizado para sinalizar aos consumidores de energia elétrica as condições vigentes de geração de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN). Com as bandeiras, o consumidor tem a informação mais precisa e transparente sobre o custo real da energia elétrica, passa a ter um papel mais ativo na definição de sua conta de energia e tem a oportunidade adaptar seu consumo, incentivando-se o uso racional e consciente da energia elétrica. Esta ação também ameniza a defasagem entre o custo real de geração e o repasse tarifário, melhorando o fluxo de caixa das distribuidoras. A bandeira tarifária vigente para o mês de maio de 2018 é a bandeira amarela.
O Operador Nacional do Sistema (ONS) destacou a elevação da vazão defluente média mensal da UHE Xingó de 550 m³/s para 600 m³/s, com a manutenção da vazão mínima diária em 550 m³/s. A elevação da defluência em Xingó considerou a melhoria das condições de armazenamento no sistema de reservatórios da bacia do rio São Francisco, com o objetivo de promover melhores condições operativas para o suprimento de energia elétrica, notadamente na região Nordeste.
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE)
Nota Informativa – 9 de maio de 2018
O CMSE esteve reunido nesta quarta-feira, 9 de maio de 2018, com o objetivo de analisar as condições de suprimento eletroenergético em todo o território nacional, e divulga, de forma preliminar, os principais pontos tratados pelo colegiado:
Bandeiras Tarifárias: A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL apresentou avaliação sobre aplicação das Bandeiras Tarifárias. O objetivo principal do sistema de bandeiras é sinalizar aos consumidores de energia elétrica as condições vigentes de geração de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional – SIN. Com as bandeiras o consumidor tem a informação mais precisa e transparente sobre o custo real da energia elétrica, passa a ter um papel mais ativo na definição de sua conta de energia e tem a oportunidade adaptar seu consumo, incentivando-se o uso racional e consciente da energia elétrica. Esta ação também ameniza a defasagem entre o custo real de geração e seu repasse à tarifa, melhorando o fluxo de caixa das distribuidoras. A bandeira tarifária vigente para o mês de maio de 2018 é a bandeira amarela.
Primeira Revisão Quadrimestral da Carga e Balanço Oferta x Demanda: A Empresa de Pesquisa Energética – EPE apresentou os resultados da primeira revisão quadrimestral de carga, realizada em abril de 2018 e utilizada no planejamento a partir do Programa Mensal de Operação – PMO de maio de 2018. Destacou que a expectativa de crescimento do consumo total de eletricidade é da ordem de 3,9% médios ao ano para o período de 2018 a 2022. Em seguida, o balanço físico entre oferta e demanda foi atualizado com a nova carga e as condições de oferta. Este balanço apresenta uma avaliação estrutural do equilíbrio entre oferta e demanda. A oferta indica a máxima demanda que o sistema consegue atender observado o critério de suprimento vigente. A sobra estrutural resultou em um excedente médio de cerca de 3,7 GWmédios no ano 2022.
Expansão da Geração e Transmissão: A Secretaria de Energia Elétrica – SEE/MME relatou que, em abril de 2018, entraram em operação comercial 481 MW de capacidade instalada de geração, com destaque para a unidade geradora – UG4 da usina hidrelétrica – UHE São Manoel, com 175 MW, localizada no rio Teles Pires, que conclui a motorização da referida usina, com um total de 700 MW instalados. Em relação à transmissão, entraram em operação 29 km de linhas de transmissão e conexões de usinas na Rede Básica e 700 MVA de transformação na Rede Básica. Assim, a expansão do sistema no ano 2018, até o mês de abril, totalizou 1.847 MW de capacidade instalada de geração, 1.395 km de linhas de transmissão de Rede Básica e conexões de usinas e 5.006 MVA de transformação na Rede Básica.
Condições Hidrometeorológicas e Energia Armazenada: O Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS apresentou que, no mês de abril de 2018, um sistema de alta pressão atuou sobre boa parte do país. Apenas uma frente fria avançou pela região sul e atingiu o litoral da região Sudeste. Assim, o total acumulado de precipitação ficou acima da média apenas na bacia do rio Jacuí. Na bacia do rio Paranaíba, a atuação de sistemas de baixa pressão e áreas de instabilidade fez com que o acumulado mensal ficasse próximo da média histórica. No restante das bacias do SIN, a precipitação ficou abaixo da média histórica. Em termos de Energia Natural Afluente – ENA bruta, foram verificados no mês de abril os valores de 90% no Sudeste/Centro-Oeste, 91% no Sul, 48% no Nordeste e 107% no Norte, referenciados às respectivas médias de longo termo – MLT.
A ENA das bacias dos rios Grande, Paranaíba, São Francisco e Tocantins, que juntos concentram cerca de 80% da capacidade de armazenamento do SIN, no mês de abril de 2018 se configuraram como o 3º pior, 10º pior, 10º pior e 33º melhor valor do histórico, respectivamente.
A Energia Armazenada – EAR verificada ao final do mês de abril de 2018 foi de 44,0%, 63,6%, 40,8% e 69,0% nos reservatórios equivalentes dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, referenciados às respectivas EAR máximas. Os valores esperados de armazenamentos equivalentes ao final do mês de maio de 2018 são: 43,9% no Sudeste/Centro-Oeste, 62,0% no Sul, 40,0% no Nordeste e 70,8% no Norte.
O ONS destacou que, referente à última reunião do Grupo de Trabalho MCTIC/MME sobre Previsão Estendida, o fenômeno de "La Niña" perdeu força, encontrando-se atualmente o Oceano Pacífico em uma situação de neutralidade.
Nos próximos sete dias espera-se precipitação de intensidade fraca nas bacias dos rios Uruguai, Jacuí e no incremental à UHE Itaipu. Os valores acumulados devem variar entre normal a abaixo da média para o período nessas bacias. O cenário mais provável de previsão para a segunda semana é de precipitação variando entre normal e acima da média na bacia do rio Iguaçu. Nas demais bacias hidrográficas de interesse do SIN não se esperam volumes significativos de precipitação e os acumulados da semana devem ficar próximos à média histórica.
O CMSE destacou que está garantido o suprimento eletroenergético do SIN, despachando o parque térmico conforme ordem de mérito de custo, e que permanecerá acompanhando atentamente a evolução das condições de atendimento ao longo da estação seca de 2018.
Análise de Risco: O risco de qualquer déficit de energia em 2018 é igual a 0,0[1] para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente, considerando a configuração do sistema do PMO de maio de 2018.
Operação Hidráulica do Rio São Francisco: O ONS informou que foi acordado no âmbito do Grupo de Acompanhamento da Operação dos Reservatórios do Rio São Francisco, coordenado pela ANA, a elevação, a partir do mês de maio de 2018, da vazão defluente média mensal da UHE Xingó de 550 m³/s para 600 m³/s, com a manutenção da vazão mínima diária em 550 m³/s. A elevação da defluência em Xingó foi proposta pelo ONS considerando a melhoria das condições de armazenamento no sistema de reservatórios da bacia do rio São Francisco, em relação aos últimos anos críticos, com o objetivo de promover melhores condições operativas para o suprimento de energia elétrica, notadamente na região Nordeste, com o aumento do número de unidades geradoras sincronizadas para atuar em caso de perturbações no sistema de transmissão.
Esta medida não compromete a diretriz de gestão dos recursos hídricos, adotada nesta bacia, de assegurar que os armazenamentos dos reservatórios das usinas hidrelétricas superem, até o final do período seco em novembro de 2018, os valores mínimos operacionais verificados no ano passado. A expectativa de armazenamento ao final do mês de novembro de 2018 é de 30,7% do volume útil do reservatório da UHE Três Marias e de 16,4% do volume útil do reservatório da UHE Sobradinho.
O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País. As definições finais sobre a reunião do CMSE de hoje serão consolidadas em ata devidamente aprovada por todos os participantes do colegiado e divulgada conforme o regimento.
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
[1] Estes resultados são obtidos nas simulações do modelo Newave utilizando séries sintéticas, com tendência hidrológica, considerando em seus parâmetros que não há racionamento preventivo, térmicas por mérito e um patamar de déficit. Para séries históricas, o valor do risco de qualquer déficit é igual a 0,0%, para os subsistemas SE/CO e NE, no ano 2018.
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