A Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch) está estreitando relações com entidades da China que atuam no desenvolvimento de projetos de energias renováveis, especificamente no que se refere a pequenas usinas hidrelétricas.
Nesta segunda-feira (17), a diretoria da Abrapch esteve reunida, em Brasília, com representantes chineses da INSHP (International Network on Small Hydro Power), entidade que tem como objetivo promover um intercâmbio tecnológico e de informações entre os países.
Para que se tenha ideia, a China conta atualmente com cerca de 75 mil PCHs em operação. Em contrapartida, o Brasil possui aproximadamente 1.115 pequenas hidrelétricas em funcionamento.
“O Brasil tem muitos recursos hídricos e potencial para expandir este setor que produz energia limpa e renovável, 24 horas por dia”, afirmou , Wang Chaojiang, gerente geral da Companhia da América do Sul e Oceania da BIDR e que integra o INSHP. Ele esteve acompanhado na reunião do gerente de Negócios da China Recursos Hídricos, Yu Tao.
A Associação Internacional também prevê a realização de pesquisas conjuntas em PCHs e CGHs para promover a transferência de tecnologia entre os países.
“Nos reunimos para apresentar o cenário das PCHs e CGHs no Brasil, identificar potenciais e aproximar laços com o INSHP”, destacou a presidente da Abrapch, Alessandra Torres de Carvalho. Ela conta que, no ano passado, a Associação enviou representante à China para aprovação do Plano de Trabalho do 8º Comitê Coordenador da INSHP, onde ficaram definidas sugestões a serem executadas nos próximos três anos.
“Entre elas, estabelecer um escritório de orientação para demonstração do Comitê Coordenador da INSHP no país onde os membros estão localizados, para promover o fortalecimento da capacidade da pequena hidrelétrica local e fortalecer as visitas de intercâmbio e o treinamento de pessoal entre os membros da entidade”, explica o diretor da Abrapch, Vinicius Murussi que esteve na China em 2024 representando a Associação.
PCHs na China x Brasil
Durante a apresentação, os especialistas chineses mostraram que o país tem investido significativamente em energia renovável, e as PCHs têm sido uma parte importante dessa estratégia, especialmente em regiões rurais e montanhosas onde o acesso à eletricidade é limitado. A China tem sido uma líder mundial em investimentos em energia renovável, com um foco crescente em projetos de PCHs. O governo chinês implementou políticas favorecedoras, incluindo subsídios e incentivos fiscais, para estimular a construção e a operação de projetos. Isso reflete a busca da China por diversificar sua matriz energética, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e atender à crescente demanda por energia.
Já o governo brasileiro também tem tentado implementar políticas para incentivar o desenvolvimento de PCHs, embora o cenário regulatório e de investimentos seja mais complexo, tendo como desafios questões relacionadas ao licenciamento ambiental, que podem prolongar o tempo necessário para a construção de novas PCHs.
“Em resumo, enquanto a China tem adotado uma abordagem proativa e centralizada para o desenvolvimento de PCHs, com investimentos robustos e políticas de incentivo claras, o Brasil enfrenta desafios regulatórios e de mercado que podem dificultar o crescimento desse setor. No entanto, ambos os países reconhecem a importância das PCHs como uma parte essencial de suas estratégias de energia renovável”, declarou o presidente do Conselho de Administração da Abrapch, Pedro Dias.
Estiveram ainda presentes na reunião o vice-Presidência do Conselho de Administração, Epitácio Barzotto, o diretor da Abrapch, Jorge Ribeiro; o integrante e associado da Associação, Luis Valbusa e o intérprete e o engenheiro consultor da ENGERTEC, Shen Chih Yuan.
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