As chuvas em outubro superaram as expectativas para o mês, com afluências acima da média no Sudeste, região responsável por 70% do armazenamento de energia do país, e no Sul, onde está localizada a hidrelétrica de Itaipu – a maior em capacidade instalada com 14 mil MW. Essa melhora nas afluências contribui para reduzir o impacto do GSF em 2018, bem como aliviar a conta de luz dos consumidores brasileiros com o acionamento da bandeira amarela.
Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foram verificadas Energias Naturais Afluentes (ENAs) de 107% da Média de Longo Termo (MLT) no Sudeste/Centro-Oeste e 113% no Sul, ante uma expectativa de 78% e 64%, respectivamente. No Norte, a previsão de 69% foi assertiva e no Nordeste a performance verificada foi um pouco abaixo da expectativa: 41% contra 43%. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira, 29, no InfoPLD.
De acordo com Humberto Alencar, da Gerência de Preços da CCEE, essa melhora nas afluências contribuiu para reduzir o impacto financeiro do GSF em 2018, sigla que representa o quanto as hidrelétricas deixaram de produzir em relação aos seus compromissos contratuais.
Para este ano, a CCEE estima um ajuste do GSF em 81%, com impacto financeiro estimado em R$ 35 bilhões, divididos assim: R$ 23 bilhões para o mercado regulado (ACR) e R$ 12 bilhões, para o mercado livre (ACL). Há cerca de um mês, o impacto financeiro estava precificado em R$ 38 bilhões, com R$ 25 bilhões para o ACR e R$ 13 bilhões para o ACL.
Para novembro, a CCEE aponta para uma tendência de afluências acima da média no Sudeste (109%) e no Sul (103%), e abaixo da média no Nordeste (60%) e Norte (78%). O GSF deve ser de 77,9% no mês que se inicia na próxima quinta-feira, contra 67,5% de outubro.
A carga de energia, que soma o consumo do país com as perdas técnicas, realizou 361 MW médios abaixo do previsto no Programa Mensal de Operação de outubro. O especialista da CCEE disse que nesse período houve apenas uma frente fria, mas que esse fenômeno não contribuiu significativamente para essa redução da carga. Os reservatórios chegam ao final de outubro com os seguintes níveis de armazenamento: 20,4% (SE/CO); (Sul); 72,2% (NE) 26%; e Norte (28%).
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