Piora nas projeções está associada a alta da inflação global e impactos da guerra, além do aumento do risco fiscal no cenário interno, afirma consultoria.
A piora nas projeções econômicas de longo prazo deve reduzir o ritmo de crescimento da demanda por energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN). A perspectiva apresentada pela Ampere Consultoria é de que a carga desacelere para 3,2% em 2023 e 3% em 2024, contra as previsões de 3,8% e 3,2% apresentadas na última edição do Plano da Operação Energética (PEN) do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em abril.
“Na prática significa uma redução de aproximadamente 640 MW médios no ano que vem e de 800 MW médios em 2024”, explica o diretor da Ampere Consultoria, André de Oliveira. Segundo ele, a piora nas projeções está associada principalmente ao cenário macroeconômico internacional, derivado da alta da inflação global e dos impactos da guerra na Ucrânia, além do aumento do risco fiscal no cenário interno.
Em médio e longo prazo o comportamento da carga é associado principalmente ao ritmo de crescimento da economia, com uma taxa de elasticidade de 1,2% a 1,5%. Nesse sentido destaca que o estudo pressupõe que o ritmo de crescimento econômico deva desacelerar de 1,9% para 1% em 2023, e de 2,3% para 2% em 2024.
Nos dois anos seguintes, a perspectiva é que o crescimento da economia se mantenha em 2,5%, da mesma forma que não são previstas mudanças na taxa de alta da carga projetada para 2025 e 2026, atualmente estimada em 3,3%.
A Ampere considera como premissas de suas projeções as previsões e análises econômicas do Banco Central (relatório Focus), dos bancos privados Bradesco, Itaú e Santander, do grupo de pesquisa econômica da FGV/IBRE, além de referências internacionais como o FMI, Banco Mundial e OCDE.
Já no curto prazo as projeções indicam redução de cerca 180 MW médios neste ano em relação à última previsão. Associada a questões conjunturais, a variação é marginal e se concentra principalmente nos subsistemas Sul e Nordeste. Os desvios devem influenciar o ritmo de crescimento apontado no último PEN, reduzindo-o de 1,8% para 1,5% no ano.
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