No mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro anunciou o Plano Nacional de Crescimento Verde, o Ministério de Minas e Energia realizou um leilão extraordinário de energia e contratou térmicas a gás que custam quase cinco vezes mais caro que as fontes solar e de biomassa.
Segundo o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, o MME ignorou as ofertas de projetos solar e de biomassa, a 20% do preço, para privilegiar as fontes térmicas a gás. Para efeito de comparação, o preço médio ofertado pelos projetos de energia solar foi de R$ 345,2 contra R$ 1.599,6 dos projetos de térmicas a gás.
– O governo fez um leilão para entrega de energia em maio de 2022 e houve 78 projetos de energia solar apresentados. Inexplicavelmente, apenas dois deles saíram vencedores. Olhando para a potência contratada, a solar representou apenas 0,3% do total, contra 2,6% da biomassa e 97,1% das térmicas a gás – afirmou.
Segundo Sauaia, no total, o governo contratou 778 MWm de garantia física, ou seja, energia que de fato será gerada, e os projetos de energia solar apresentados teriam capacidade de chegar a 70% desse total. Isso porque as usinas solares geram durante o dia, mas não durante a noite, enquanto as térmicas a gás, desde que tenham combustível, podem produzir energia 24 horas.
– A decisão de escolha da fonte é do MME. A competição de preços ocorre apenas entre a mesma fonte. Os projetos de solar apresentados poderiam suprir 70% da garantia física. Não há explicação técnica para um número tão baixo – afirmou Sauaia.
Segundo presidente da Absolar, o custo por esse energia mais cara será repassado aos consumidores.
Fonte e Imagem: O Globo
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/em-leilao-de-energia-governo-prefere-pagar-cinco-vezes-mais-caro-por-energia-fossil.html
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