O agravamento da crise hídrica no Brasil pode levar a adoção de medida que afetariam de forma mais intensa as ações das geradoras, sobretudo aquelas com maior participação da fonte hídrica em seu portfólio. Para as distribuidoras, o impacto seria ligeiramente menor quando comparado ao primeiro grupo. O segmento de transmissão seriam os menos afetados por conta da característica de seus contratos que não estão atrelados ao consumo e sim à disponibilidade de seus ativos.
Essa é a avaliação da Ativa Investimentos, que aponta uma revisão baixista generalizada na economia por conta da transversalidade do setor elétrico. Segundo o analista de Research, Ilan Arbetman, a ocorrência de eventos extremos possivelmente se desdobraria quanto à capacidade de produção e geração de valor de outros setores, atingindo as correntes expectativas quanto a capacidade de produção de riqueza nacional.
Por isso, avalia, os agentes atuantes do setor elétrico devem buscar alternativas para evitar a ocorrência de maiores interferências no processo de recuperação econômica nacional. Para ele, devem ser buscadas, prioritariamente, medidas paliativas como a maior adição de termelétricas, importação de energia ou até mesmo a aplicação de medidas tarifárias, como a consolidação de bandeira vermelha, antes de aplicar ações mais drásticas, como a execução de um plano de racionamento.
A adoção de medidas restritivas chegando a um racionamento, afetaria de forma mais intensa as ações de geradoras, sobretudo aquelas com maior preponderância a geração hidrelétrica, como CESP, AES Brasil, Engie e Eletrobras. Na avaliação dele, as companhias que além de gerar, também distribuem energia, mas que apresentam relevante grau de dependência de receitas de geração como Copel, EDP e CPFL também poderiam ser fortemente afetadas com a ocorrência de um cenário de cauda.
Já nas companhias que operam em maior grau em distribuição, como Equatorial, Energisa, Cemig, Light, os impactos oriundos de uma possível diminuição na demanda também poderiam ser grandes e sentidos, mas ligeiramente menores em comparação aos players mais dependentes de geração.
“Por fim, acreditamos que os players de transmissão, como Taesa e Isa Cteep apresentariam os menores impactos, por possuírem contratos de longo prazo corrigidos por índices inflacionários”, analisa.
Fonte:
Canal Energia
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